Sobre o livro: 2018 / ...Direitos humanos, dignidade, orgulho - tudo foi destruído. Havia uma coisa que os criadores do diabo não conseguiam destruir: o desejo sexual. Apesar das proibições, das celas de castigo, da fome e da humilhação, viveu e floresceu muito mais aberta e espontaneamente do que em liberdade. Aquilo que uma pessoa livre talvez pensasse cem vezes, era feito aqui tão facilmente quanto com gatos vadios. Não, esta não era a devassidão de um bordel. Aqui houve um amor real, “legítimo”, com fidelidade, ciúme, sofrimento, a dor da separação e o terrível “pico do amor” - o nascimento dos filhos. Uma coisa linda e terrível - o instinto do parto. Belo quando todas as condições são criadas para a aceitação de uma nova pessoa no mundo, e terrível se antes mesmo de seu nascimento ela estiver condenada ao tormento. Mas as pessoas com mentes obtusas não pensavam muito no destino de seus filhos. Até a loucura, até bater a cabeça na parede, até a morte, eu queria amor, ternura, carinho. E eu queria um filho - uma criatura querida e próxima, por quem não lamentaria dar a minha vida. Eu aguentei por um tempo relativamente longo. Mas a própria mão era tão necessária, tão desejada, para que se pudesse confiar nela pelo menos um pouco nestes muitos anos de solidão, opressão e humilhação a que uma pessoa estava condenada.